quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Herói de 21 títulos, Azevedo



 Azevedo



João Azevedo natural do Barreiro, começou a jogar futebol nas camadas jovens do Barreirense, onde transitou mais tarde para o Luso. Aqui evidenciou-se, cada vez mais, como um bom jovem guarda-redes. Aconselhado por muitos, foi experimentar treinar ao rival Benfica. Segundo consta, apesar dos bons treinos realizados, a experiência falhou, pois Azevedo não gostou da forma como foi tratado pelos dirigentes encarnados. Sendo assim, o Sporting não perdeu mais tempo, acabando por contratar o jovem guarda-redes Azevedo, acabando mais tarde por revelar-se como o melhor guarda-redes português de todos os tempos.
 

Com apenas 20 anos ingressa no Sporting, para compor o plantel da época 1935/36, sendo designado como o terceiro guarda-redes. Não foi este facto que o atormentou para tornar-se num valente guarda-redes destemido e corajoso.

Eis a sua ficha biográfica desportiva no Sporting:

Nome: João Mendonça Azevedo
Data de Nascimento: 10 de Julho de 1915, Barreiro.
Épocas: 18 (1935 a 1953);
Estreia no Sporting: Sporting 2-2 Boavista, 16/02/1936.
Jogos: 565;
Campeonato Nacional: 7 títulos (1940/41; 1943/44; 1946/47; 1947/48; 1948/49; 1950/51; 1951/52); Campeonato de Portugal: 2 títulos (1935/36 ; 1937/38);

Campeonato de Lisboa: 9 títulos (1935/36; 1936/37; 1937/38; 1940/41; 1941/42; 1942/43; 1944/45; 1946/47);
Taça de Portugal: 3 títulos (1944/45; 1945/46; 1947/48);
Internacionalizações: 19




Ficará para sempre na história do nosso clube, o facto de Azevedo ter sido um autêntico herói na baliza, onde ganhou uma Taça ao pé-coxinho e um Campeonato de braço ao peito, e chegou a jogar depois de ter levado 12 pontos na cabeça. Talvez algo impensável no futebol dos dias de hoje.  

Um dos momentos altos de Azevedo, como um guarda-redes heróico, foi a 17 de Novembro de 1946, no Campo Grande, numa Final do Campeonato de Lisboa contra o Benfica, onde fracturou a clavícula aos 43 minutos. Saiu de campo, e Jesus Correia, autor do único golo até então, ocupou o seu lugar até ao intervalo. Na segunda parte, Azevedo reentrou e só sofreu um golo (de Arsénio) numa extraordinária vitória dos leões por 3-1, com golos de Albano e Peyroteo. Foi este o espírito que catapultou Azevedo para a fama.



Numa outra ocasião, frente ao Belenenses, na final da Taça de Portugal 1947/48, Azevedo fracturou um pé, uma situação deveras complicada, onde não conseguia colocar o calcanhar no chão, no entanto continuou na baliza, acabando por só sofrer um golo, levando o Sporting à conquistava de mais uma Taça.  


Foto: Alvaro Cardoso (à esq.), Azevedo (ao centro) e Manuel Marques (à drt).

Após o abandono de Álvaro Cardoso que fora o grande Capitão da célebre equipa dos Cinco Violinos, Azevedo herdou a braçadeira, e já tinha 36 anos quando finalmente perdeu o seu lugar na baliza para o jovem Carlos Gomes, outro grande guarda-redes da escola do Barreirense.

Representou a Selecção Nacional por 19 vezes, entre as quais, um inesquecível jogo em que Portugal empatou na Alemanha, onde depois de uma exibição memorável, ganhou o nome de “O Gato de Frankfurt”. Fez também parte das equipas que realizaram feitos históricos como a vitória conseguida em Dublin sobre a Irlanda, e a primeira vitória sobre a Espanha. 



 Deixa o Sporting em 1953, acabando por rumar ao Oriental, onde terminou a sua carreira desportiva. Depois foi taxista no Barreiro e motorista de um colégio em Londres. Regressou a Portugal em 1982 onde anos mais tarde, viria a falecer a 3 de Janeiro de 1991.

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